Paulo Paulada
Morre de medo do escuro.
Duro. Coração de marzipã.
Gira-gira em carrossel de fogo,
não rejeita o jogo,
mas, não mexe, não!
Ele é um cigano-cigarra,
se agarra na ponta do punhal.
Ele é catavento ventando,
chicote chiando,
marujo de sal.
Morre de medo do muro.
Puro. Como esquilo e avelã.
Bate-bate coração de fogo,
se derrete todo,
mas, não abusa, não!
Que ele é um pirata pirado
parado na ponte do azar.
Ele é cachoeira roncando,
cometa chispando,
estilhaço de mar.
Mas, não abusa, não!
Que ele é um cigano-cigarra,
se agarra na ponta do punhal.
Ele é catavento ventando,
chicote chiando
marujo de sal.
Mas, não abusa, não!
Que ele é um pirata pirado,
parado na ponte do azar.
Ele é cachoeira roncando,
cometa chispando
estilhaço de mar.
Parceria com Jean Garfunkel
São Paulo, 1973